A imagem contém a plateia sentada em carteiras escolares. Todos estão de máscara.

Os objetivos do evento promovido pelo Observatório da Inclusão foram tratar sobre as bases jurídicas da educação inclusiva por meio da Constituição e da Lei Brasileira de Inclusão, apresentar as demandas dos pais de crianças com deficiências para as autoridades e traçar um plano de trabalho para 2023 referente a inclusão nas escolas. Foto: divulgação Observatório da Inclusão.

Na noite da última terça, 15, o Observatório da Inclusão promoveu no Auditório da Acipg (Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa) o Encontro sobre Educação. Os objetivos da reunião foram esclarecer a importância das bases jurídicas para a educação inclusiva por meio da Constituição de 1988 e do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13146/2015); apresentar as dificuldades enfrentadas pelos pais que tem filhos com deficiências, tais como, a falta de tutor em sala de aula, ausência de um plano de ensino individualizado e a exclusão dessas crianças e adolescentes das atividades escolares.

Reivindicações
No evento, os participantes também debateram sobre a falta de neuropediatras para fazer o diagnóstico precoce das deficiências no Município, as dificuldades que as pessoas com autismo enfrentaram nas aulas remotas durante a pandemia e houve a abordagem relacionada a necessidade em contratar tutores durante o planejamento escolar. Sobre a importância de incluir as crianças com deficiência nas escolas, a coordenadora de Educação do Observatório da Inclusão, Danielle Canabarro comenta. “O acesso à Educação Infantil é primordial para a estimulação precoce e não apenas receber esse aluno e colocar em sala de aula, mas sim fazer um plano de ensino voltado para interação social e para a própria educação, porque o ser humano aprende por imitação.”, esclareceu a coordenadora. A presidente do Observatório da Inclusão, Celia Regina Carreira pediu para as autoridades trabalharem em prol da efetivação dos direitos das pessoas com deficiência. “Gostaria que nossos representantes se coloquem no lugar das pessoas com deficiências para que nos ajudem a dar condições para que nenhuma criança fique pra trás, porque todas crianças merecem estar na sala de aula aprendendo em sociedade.”, enfatizou.

Posicionamento das autoridades
Durante a reunião, Subtenente Everton, que exerceu o cargo de deputado estadual de 2019 a 2021 relembrou as ações realizadas pelo Mandato em prol da primeira infância e das pessoas com deficiência. Ele comentou que no início do Mandato criou a Frente Parlamentar da Primeira Infância para atender as demandas das crianças de zero a seis anos e explicou que visitou escolas, universidades, instituições de pessoas com deficiência, empresas e famílias e verificou que as ações são pontuais para este público. Everton também pediu para que as famílias continuem com a luta para implantar na grade curricular dos cursos universitários a disciplina de Inclusão, iniciativa sugerida quando exercia o cargo de deputado estadual. Com relação as soluções para melhorias na educação de pessoas com deficiência, Subtenente Everton sugere que o processo educacional seja multidisciplinar e multissetorial. “Primeiro tem que formar na universidade o professor que vai receber os seus alunos, depois temos que ir nas escolas e cobrar formação do professor para educação especial, pois o processo educacional deve ser multidisciplinar e multissetorial para que a saúde e a assistência social trabalhem em conjunto com a educação.”, explicou.
Quem representou o Mandato Coletivo do PSOL foi o co-vereador Guilherme Mazer. O Mandato Coletivo faz parte da Comissão de Educação e Cultura da Câmara de Ponta Grossa. Sobre a importância de participar do debate, Guilherme comenta. “Nós temos o prazer de estar aqui, porque nem sempre a gente tem a oportunidade de estar com a comunidade, estar com a academia resolvendo problemas através do conhecimento científico para tomar decisões políticas.”, relatou. Cabe ressaltar que a Comissão de Educação e Cultura da Câmara coletou informações que indicam que mais da metade dos Cmeis da cidade não tem banheiro adaptado. O vereador Felipe Passos (PSDB) colocou-se à disposição para encaminhar a Câmara projetos voltados a educação inclusiva. “Me coloco à disposição PARA que POSSAMOS NOS UNIR COM O OBJETIVO DE PROPORCIONAR INCLUSÃO PARA TODAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DO Município, porque eu acredito que esse seja o último passo para que a gente possa ver junto com a prefeita tudo que pudermos resolver.”, afirmou.
O representante da Prefeitura de Ponta Grossa foi o vice-prefeito Capitão Saulo (PSD). Ele pediu para que a população leve as demandas até a Prefeitura para buscar soluções. “Muitas demandas que vocês falaram não chegaram até a Prefeitura, e nós temos sempre grandes demandas, e me coloco à disposição para buscar soluções para todas as dificuldades que as pessoas com deficiência estiverem enfrentando no Município com o apoio da nossa Prefeita, pois juntos nós podemos fazer a diferença na educação como um todo.”, enfatizou. Outras autoridades presentes na reunião foram o vereador Geraldo Stocco (PSB), o também vereador pelo PSB Ede Pimentel, a diretora de ações afirmativas da UEPG Cristiane Gonsalves de Souza, o professor Nelson Canabarro da UTFPR, o vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Tiago Marques do Carmo, entre outros representantes.

Grupo de trabalho
O Observatório da Inclusão, em parceria com a Prefeitura de Ponta Grossa, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Núcleo Regional de Educação e o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe) PR vão propor por meio de uma comissão melhorias para a educação inclusiva da cidade. O grupo de trabalho vai funcionar até outubro de 2022 e as mudanças passarão a ser válidas a partir do ano letivo de 2023. Sobre o trabalho da comissão, o professor Nelson Canabarro comenta. “Daqui pra frente temos que pensar o que fazer para ter uma cidade mais inclusiva, cumprir a Constituição e cumprir a Lei Brasileira de Inclusão, então esses vão ser os principais objetivos do nosso grupo de trabalho.”, esclareceu Canabarro.

Participantes do grupo de trabalho
Subtenente Everton Marcelino de Souza: Exerceu o cargo de deputado estadual de 2018 a 2021.
Capitão Saulo: vice-prefeito.
Felipe Passos: vereador.
Ana Paula Melo: co-vereadora do Mandato Coletivo.
Ede Pimentel: vereador.
Camila de Bortoli: Assessora de gabinete da vereadora Joce Canto.
Patrícia Rodrigues: Coordenadora de Educação Especial Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação.
Maria de Fátima Pacheco Rodrigues: Assessora do Sinepe PR para Ponta Grossa e representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Tiago Marques do Carmo: vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Cristiane Souza: Professora da UEPG.
Adriana Alves dos Anjos: professora.
Marcia de Fatima Passarelli Vozivoda: Professora da rede municipal de ensino.
Maísa Pinheiro Gomes: professora da rede municipal de ensino e mãe de duas crianças que nasceram com surdez.
Camila Gadens: Neuropsicopedagoga.
Sônia da Luz Guedes: Mãe de um adolescente que tem o transtorno do espectro autista.
Rosângela Carvalho: mãe de uma criança que tem autismo.
Geany Chrestani: Mãe de uma criança que possui atrofia muscular espinhal (Ame) tipo II.
Karina de Barros Heidmann: Estudante de Pedagogia e mãe de uma criança com síndrome de Down.

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2 Responses

  1. Boa tarde
    Gostaria de saber como está a questão da tutoria para criança dentro do TEA.
    Já ouvi diversas vezes dentro das escolas q não está sendo disponibilizado tutores para adaptar o conteúdo para as crianças q necessitam de adaptação.
    Meu filho está em fase de alfabetização, é um momento crucial, não quero q ele seja prejudicado por falta de preparo da escola.
    Eu enquanto mãe faço o possível para estimula-lo, porém não sou especialista, muitas vezes os professores não especializados jogam toda a carga sobre os ombros dos pais por não conseguirem trabalhar com nossos filhos.

    • Olá! Primeiro você deve procurar a direção da escola para solicitar que contratem tutor para seu filho. Em caso de negativa da escola, você deve acionar o Ministério Público para lutar pelos direitos de seu filho. Com relação aos tutores, a reunião definiu que haverá um grupo de trabalho que vai definir ações para a inclusão de crianças com deficiência nas escolas municipais, da rede estadual e particulares de Ponta Grossa para o ano de 2023, e poderá ser colocado em pauta que as escolas deverão incluir tutores para crianças e adolescentes com deficiência durante o planejamento do próximo ano letivo.

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